Por que a Teologia da Prosperidade é tão detestável?

 


  Será que as bençãos materiais como riqueza, cura de doenças, resgate de pessoas amadas ...representam um sinal de verdadeira fé? Será que aquele que tem fé deve ser recompensado com tais benefícios, e aqueles que não a possuem e não pagam o dízimo são as pessoas com baixa espiritualidade? 


  A teologia da prosperidade se baseia no fato de bênção financeira é o desejo de Deus para aqueles que cumprem algumas normas cristãs.  se os humanos tiverem fé em Deus, Ele irá cumprir suas promessas de segurança e prosperidade. Reconhecer tais promessas como verdadeiras é percebido como um ato de fé, o que Deus irá honrar. Mas acontece que essas alegações dos pastores para justificar a teologia da prosperidade vem justamente em interpretações não-tradicionais da Bíblia, geralmente com ênfase no Livro de Malaquias. Ou seja, eles se baseiam em passagens descontextualizadas do antigo testamento. Ignorando completamente aí o que diz o novo testamente sobre o assunto, ignorando as passagens que inclusive algumas passagens o próprio Cristo e os apóstolos falam a respeito:

“Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie.”

- Efésios 2:8-9


“Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.”

-Mateus 6:19-21


  São passagens que ilustram bem o quanto os bens materiais são inconstantes, desaparecem com facilidade, estão limitados, presos a contingência. Não podemos levar nada material para o Céu. Por isso devemos dar mais importância aos tesouros espirituais.


  Mas é claro que os queridos pastores e bispos ignoram completamente esses fatos. Justamente porque não os convém.


  O pior aspecto da teologia da prosperidade é que ela casa perfeitamente com o liberalismo e com o capitalismo moderno : a ideia de que tudo, inclusive a fé, pode ser reduzido a um grande mercadão em que se compra riqueza, carros, cura de doença, aprovação em concurso... tudo isso em troca de um pouco de adulação e promessas à divindade. Deus vira quase que um gerente de banco que concede benefícios em troca da fé, a custa de adoração (que no caso faz o papel dos juros). 


  O advento da teologia da prosperidade representou outro capítulo da decadência humana. Ela ajudou a tornar o ser humano mais mesquinho, mais egoísta, mais materialista... e bem... bem menos espiritualista. Porque a verdadeira espiritualidade é bem diferente do que a que advogam os teólogos da prosperidade.


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